A ler e reflectir bem...
Quinta-feira foi dia de regresso ao passado. Entrevistado pela Renascença sobre a hipótese de voltar a referendar o aborto, Passos Coelho, surpreendentemente, bordou um argumentário especioso, pouco claro e cheio de subentendidos, com receio de desagradar ao ‘vasto auditório’ conservador que julgava ter em linha.
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O que faltou a Passos Coelho foi a coragem, ou o dom, da clareza na questão da IVG, e isso é muito perturbante num líder que podia ter apresentado uma linha de coerência com o seu pensamento nesta matéria. Teria sido fácil escudar-se no facto de a alteração da lei não constar do mastigado programa do PSD. Mas não, o líder do PSD abriu as portas à especulação e à repetição de uma batalha do passado, em que nem sequer estivera do lado vencido. Perdeu assim mais um dia em desmentidos e esclarecimentos. Por falta de firmeza nas suas próprias convicções.
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