sábado, 24 de julho de 2010

regalos XLVI

A viagem é outra... os navios foram outros...mas a eternidade continua a ser a mesma!!

A secreta viagem

No barco sem ninguém ,anónimo e vazio,
ficámos nós os dois ,parados ,de mão dada ...
Como podem só os dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais,e de maneira,à proa...
Que figuras de lenda!Olhos vagos,perdidos...
Por entre nossas mãos , o verde mar se escoa...
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos,sem ver,a longínqua miragem...
Aonde iremos ter?- Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!
Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa ,passa...alheio aos meus sentidos.
-Desfeitos num rochedo ou salvos na ensseada,
a eternidade é nossa ,em madeira esculpidos!


David Mourão Ferreira

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Bons exemplos...

A versão integral hoje no jornal da noite da SIC (19h00)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

MIMO 47º

:))))) apetece-me dançar... :))))

Yer Mali Gakayoyo, Ali Farka Touré

quarta-feira, 7 de julho de 2010

regalos XLV

"Na minha próxima vida quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bebé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior cada dia que passa, e depois - "Voilá!" - desapareço num o r g a s m o ..."


Woody Allen

sábado, 3 de julho de 2010

afagos XLIV

Cuando estuve en el mar era marino
este dolor sin prisas.
Dame ahora tu boca:
me la quiero comer con tu sonrisa.


Cuando estuve en el cielo era celeste
este dolor urgente.
Dame ahora tu alma:
quiero clavarle el diente.


No me des nada, amor, no me des nada:
yo te tomo en el viento,
te tomo del arroyo de la sombra,
del giro de la luz y del silencio,

...
Jaimes Sabines