terça-feira, 1 de novembro de 2011

NÃO ESQUECER XCIV

(Ribeira Grande, 1Nov'11)
Pai. Eu, a minha mãe. A madrugada. Desinteressado do nosso cansaço, o sol levantou-se no céu. E parou. O sol parou. Entre mim e ela deixou de haver tempo. Parou o tempo. Nos meus olhos, a tua mulher sem ti, a tua viúva. Nos seus olhos, eu. E sobre nós, em nós, tu, a tua presença, a tua ausência. E separados por nada, os olhares maciços, um dentro do outro e esse dentro do primeiro; os dois olhares na unidade fixa de um único.