Que sonhos tenho? Não sei. Forcei-me por chegar a um ponto onde nem saiba já em que penso, com que sonho, o que visiono. Parece-me que sonho cada vez de mais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável. Não faço teorias a respeito da vida. Se ela é boa ou má não sei, não penso.Para meus olhos é dura e triste, com sonhos deliciosos de permeio. Que me importa o que ela é para os outros? Livro do Desassossego, Fernando Pessoa