De tudo meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encanta mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Soneto de Fidelidade
, Vinicius de Moraes
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
afagos XLI
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
NÃO ESQUECER LII
*"dois corpos nunca se envolvem sem antes se envolverem as sombras"
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
afagos XL
Ele diz:
- Sentirei a tua falta o resto da minha vida.
Ela responde:
- Estás com vontade de te aproximares de mim.
- É verdade.
- Por uns instantes, deita-te aqui ao meu lado. Depois parte.
Ele repete:
- É verdade. - E repara como ela ficou frágil e ténue.
Acorda. Pára de bater o sonho...
Os Cantores de Leitura, Maria Gabriela Llansol
terça-feira, 20 de outubro de 2009
afagos XXXIX
sábado, 17 de outubro de 2009
consolos XLI
(...) Consideramos belo aquilo que é realizado com saber, com qualidade, com técnica. Aquilo que é verdadeiro, belo e bom. mas também consideramos belo aquilo que nos traz reflexos da nossa memória: sucessivas camadas onde reconhecemos todas as imagens que trazemos dentro de nós vindas de longe, talvez da infância. A nossa biografia pessoal é a história de uma memória capaz de condicionar a nossa visão do mundo e o nosso futuro num permanente trabalho de recordar. Mas nunca sabemos onde a beleza irá aparecer: por vezes surge onde e quando menos esperamos, outras vezes aguardamo-la e ela não aparece. A beleza ataca de surpresa quem souber estar atento e disponível para o que nos rodeia. A arte pode ser uma verdade inesperada. (...)Se fosse possível movermo-nos mais devagar, contrariar a velocidade em que acreditamos ter de estar submersos, seria talvez possível ver em vez de olhar. A intensidade da experiência do nosso mundo só poderá ser conseguida através do tempo, o tempo que nos permite reconhecer aquilo que nos é estranho.(...)
O tempo é o nosso único amigo.
Rui Chafes no catálogo da escultura Parar o Tempo
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
NÃO ESQUECER LI
(mercado de rua em Filadélfia, Julho 2009)
promova estilos de vida saudáveis!!!